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No que tange os fatores necessários para a produção de um vinho, todos sabem que este processo tem início ainda no campo, desde o meticuloso cuidado com os aspectos fitossanitários das videiras até a saúde nutricional do solo. Esse conjunto de fatores que configuram as características de um vinhedo sadio, acontece de forma simbiótica, o que garante uma produção segura e de alta qualidade.

Procurando garantir a excelência de seus produtos frente ao mercado vitivinícola, a Vinícola Guatambu, localizada no extremo Sul do Brasil, utiliza diferentes metodologias para a elaboração de seus vinhos, sendo estas aplicadas do plantio das vinhas até o rigoroso controle de qualidade antes da comercialização. Como já citado anteriormente, a produção de vinhos nasce ainda no campo, portanto, n-técnicas de viticultura são utilizadas no local.

O sistema de condução das videiras, por exemplo, que é utilizado na propriedade de Leões, onde situa-se o vinhedo, é o que chamamos de “espaldeira”, uma forma condutiva utilizada em diversos polos vitivinícolas mundiais, pois este sistema, quase universal, confere às videiras e, principalmente aos frutos, uma excelente insolação e aeração, garantindo sanidade e uma ótima maturação. Vale ressaltar que esta maneira de conduzi-las é aplicada, em sua maioria, nas espécies Vitis viníferas, variedades de origem europeia que demandam por tal sistema, a fim de resultar em frutos com maior qualidade.

Alinhado às variadas técnicas aplicadas na maneira de condução do vinhedo, o clima é um outro elemento de papel fundamental para a consolidação do êxito dos vinhos da Guatambu. A região caracteriza-se por apresentar invernos frios e verões quentes e secos, um composto climático que torna a Campanha Gaúcha como um dos locais mais promissores para trabalhar com este tipo de cultura. Tais aspectos edafoclimáticos do local, garantem o equilíbrio da maturação tecnológica e fenólica das uvas, o que resultará em vinhos potentes, marcantes e com uma longínqua curva de guarda. Ainda que existam estes resultados com os tintos, é de grande valia destacar que também produz-se vinhos brancos, roses e espumantes de alta qualidade, pois, atrelado aos cuidados minimalistas dos profissionais da área, estes produtos expressam o nosso terroir tanto quanto os tintos.

Após todos os cuidados necessários no campo (da condução das videiras à colheita), começam as distintas técnicas de vinificação da matéria-prima que será processada. Todas elas são baseadas num detalhado fluxograma, o qual se ramifica em vários pontos e garante a segurança de todos os vinhos que são elaborados. Inicialmente as uvas que oficializam a abertura da vindima, são as brancas, já que estas possuem uma maturação mais precoce quando comparadas às tintas. Assim que trazidas para a indústria, são armazenadas em câmara fria, na perspectiva de preservar os seus aspectos organolépticos e, consequentemente, dos produtos que surgirão a partir delas.

Para a elaboração dos vinhos brancos, as uvas são desengaçadas e direcionadas para a prensa pneumática, a qual possui um sistema inerte que garante a ausência de oxigênio e protege o mosto de possíveis oxidações. Assim que o mosto é bombeado para um tanque fermentador, prepara-se o que chamamos de “Pé-de-cuba”, que são leveduras hidratadas e aclimatadas em um recipiente e, logo em seguida, inoculadas no mosto para que inicie a fermentação alcoólica. Durante toda essa etapa fermentativa, ocorre o controle de temperatura e densidade, com o intuito de garantir um ciclo fermentativo completo.

Ao finalizar a produção inicial da safra (vinhos brancos e base espumante), esses vinhos são mantidos estocados nos seus respectivos tanques, pois outras etapas acontecerão antes do envase, como filtrações e estabilizações. A partir da finalização do processamento das castas brancas, inicia-se a colheita das uvas tintas, a qual estender-se-á até o mês de março. Da mesma forma que as uvas brancas são mantidas em câmara fria por 24 horas antes da vinificação, as tintas também são submetidas a este resfriamento. Resfriadas as uvas, é dado início a elaboração dos vinhos. As etapas são semelhantes ao que se aplica nas brancas, porém, no momento do desengace, a trajetória muda, enquanto as brancas são direcionadas para a prensa, as tintas são desengaçadas e, por gravidade, realiza-se o enchimento dos tanques e a extração do mosto.

Essa técnica de extração por gravidade confere proteção à integridade das bagas, o que permite a elaboração de vinhos mais equilibrados. Assim como nas demais elaborações, o mosto das tintas também recebe o “Pé- de – cuba”, com leveduras selecionadas que permitirão a formação de diversos aspectos sensoriais aos produtos. Na produção de tintos as técnicas são um pouco diferentes, principalmente pelo fato de buscarmos mais estrutura a eles. Todos os tintos permanecem por um longo período em contato com cascas, pois essa relação sólido/líquido chamada de maceração, conferirá estrutura e robustez a estes vinhos.

Na perspectiva de agregar ainda mais complexidade e personalidade a estes gigantes da Campanha Gaúcha, boa parte desses vinhos são maturados por vários meses em barricas de carvalho francês e americano, o que permite uma transformação no perfil organoléptico dos produtos. Finalizadas todas as etapas vinificação e produzidos os vinhos, é chegada a hora de envasar. Cuidadosamente e com um rigoroso controle de qualidade, o vinho é conduzido do tanque para a garrafa, onde, em breve, já serão rotulados e comercializados na maioria das vezes, todavia, alguns ainda serão mantidos em um lento e silencioso envelhecimento nas caves, o que permitirá a formação de outros compostos.

Frente a isso, é notória a tamanha dedicação de uma equipe para que os vinhos cheguem até o consumidor. Então, você, nosso cliente, não pode perder a oportunidade de apreciar cada vez mais os nossos produtos. Em cada garrafa, em cada taça, tem um árduo e carinhoso trabalho de grandes profissionais. Caso você ainda não conheça os nossos vinhos, não perca a chance de apreciar esses gigantes da fronteira, e melhor, venha apreciá-los diante de uma paisagem que arranca suspiros e aquece o coração. Saúde!

Por: Enólogo Jean Alves.

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