As mulheres do vinho
A sensibilidade feminina transcende gerações e inspira os amantes da bebida cada vez mais. As mulheres têm conquistado espaço, depois de muito tempo, e vêm aos poucos se tornando protagonistas. Vamos relembrar algumas mulheres pioneiras e também as mulheres proprietárias da Vinícola Guatambu.
Na biografia das mulheres do vinho, existem renúncias, histórias de entrega e paixão e muito esforço. Cada uma à sua maneira, elas mostram força, coragem e determinação, se destacando e ditando regras em um universo majoritariamente masculino desde seus primórdios.
Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin
Quando falamos em mulheres e vinho, não se pode deixar de lado a mitológica Grande Dama do Champanhe, Madame Clicquot Ponsardin. Em 1805, com apenas 27 anos, Madame Ponsardin ficou viúva e totalmente responsável pela Casa de Champagne que ainda leva seu nome, Veuve Clicquot Ponsardin. Deixando de lado o conforto e encarando o trabalho pesado, com inteligência e liderança, devemos à Veuve Clicquot algumas das primeiras técnicas modernas de fabricação de champanhe, que, portanto, aportaram novos padrões de qualidade à bebida. Uma delas foi a criação do processo de “remuage” nos pupitres, nos espumantes elaborados pelo método champenoise, para que as leveduras se depositem no bico da garrafa e assim sejam retiradas no degorgement. Esta técnica é feita até os dias de hoje, inclusive na Vinícola Guatambu. Foi uma das primeiras mulheres a liderar um império comercial internacional, ela fez do produto que vendia um sinônimo de luxo e tornou-se uma lenda na França.
Hannah Weinberger, a primeira da América
Hannah ganhou a distinção de se tornar a primeira viticultora da Califórnia durante a década de 1880. Ao tornar-se viúva, assumiu o controle de sua vinícola e, 1889, atravessou o oceano para participar da Feira Mundial de Paris, onde recebeu uma medalha de prata nas competições de vinho, a única outorgada à Califórnia naquele ano. Hoje, a propriedade Weinberger faz parte da William Cole Vineyards, ao norte de Santa Helena. Ela dirigiu a vinícola até que a Lei Seca forçou seu fechamento em 1920. Somente 50 anos mais tarde, as mulheres voltaram a destacar-se na produção de vinho na Califórnia.
Rainha Vitória
O Champagne é visto como uma bebida nobre e elegante. E faz sentido! Uma de suas apreciadoras mais célebres foi a Rainha Vitória. Na década de 1860, ela ordenou que um de seus assistentes enviasse uma carta a uma vinícola famosa solicitando o envio de 100 garrafas da bebida à embaixada britânica em Paris. O Champagne virou febre, já que a rainha o consumia diariamente, e durante seu reinado, houve um grande incentivo à produção de vinhos, ao mesmo tempo em que os ingleses começaram a apreciá-lo mais e mais. A tradição é mantida até hoje. Inclusive, a Rainha Elizabeth consome diariamente vinho no almoço e uma taça de champanhe após o jantar.
Os dias atuais
No Brasil e no mundo, a sensibilidade e criatividade feminina têm deixado sua marca no setor vitivinícola. Além de amar e reivindicar seus direitos na hora de escolher o vinho, as mulheres estão conquistando os vinhedos e a indústria. O mundo uma vez liderado por homens fica cada vez mais rosado quando abraçado por profissionais delicadas e competentes.
A Vinícola Guatambu possui 80% da sua equipe feminina, dentre elas:
Nara Maria Hermann Pötter
Matriarca da família Pötter, mãe de 4 filhas e Diretora proprietária da Vinícola Guatambu, Nara não mede esforços para manter a família unida. Acompanhou com orgulho a trajetória profissional de seu marido, Valter José Pötter, no agronegócio. Destaca-se pela sua sensibilidade, feminilidade e inteligência. Nara participa do Conselho Gestor da Guatambu, abrilhantando com suas ideias criativas todos os âmbitos da Vinícola, inclusive na escolha de nomes dos rótulos, como Rastros do Pampa, Luar do Pampa e Essência do Pampa. Também auxilia na organização dos eventos de enoturismo (que engloba piqueniques, almoços harmonizados, tours e cursos de degustação), no paisagismo da empresa e nas ações sociais. A vinícola destina 2% da renda líquida para entidades carentes, hospitais e entidades de combate ao câncer.
Gabriela Hermann Pötter
Engenheira Agrônoma, Msc em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, diretora técnica e enóloga da Vinícola Guatambu, Gabriela levou a ideia de plantar uvas ao pai, foi então que começaram a produção dos primeiros vinhos Rastros do Pampa e hoje provou que a Campanha Gaúcha é uma potência na área. Otimista, perfeccionista, sensível e inovadora é como descrevem ela. Gabriela assumiu a gestão da vinícola com profissionalismo, faz parte da diretoria da Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha. Em 2011, Gabriela recebeu o Prêmio Senar – o Sul na Categoria Produtora Rural Destaque. Em 2019 recebeu o Título de “Personalidade Feminina” pela Câmara Municipal de Vereadores de Dom Pedrito, no Dia Internacional da Mulher e desde 2019 assumiu a diretoria do Conselho Municipal de Turismo de Dom Pedrito. Em 2021, em um especial de vinhos da Revista Exame, foi destaque como uma das 4 mulheres líderes do mundo do vinho, e pela CNN Brasil, juntamente com outras homenageadas como Cecília Aldaz, Suzana Barelli e Juliana Carani. “Eu fico muito motivada quando vislumbro o quão longe um bom vinho pode levar a região da Campanha e desenvolvê-la cada vez mais. E ainda propagar alegria nas pessoas ao abrir uma garrafa de vinho, é maravilhoso ver minha missão comprida” – comemora Gabriela.
Mariana Pötter Vieira
Psicóloga e Diretora Administrativa, Mariana é responsável por diversas áreas, inclusive pelo Marketing, Gestão de pessoas e Enoturismo da Vinícola Guatambu. Mariana leva muitas ideias para a área comercial e participa ativamente em cada estratégia e tomada de decisão para o sucesso do negócio. Além disso, resolve, com habilidade ímpar, os problemas que inevitavelmente surgem, tornando tudo mais leve e fazendo fluir o entendimento necessário para que se concluam os exitosos trabalhos. Hoje, a Guatambu é considerada uma das principais vinícolas boutiques do Brasil e movimenta fortemente a Campanha Gaúcha no que diz respeito ao enoturismo.