Harmonização nas festas de final de ano
Por Vinícius Santiago
Festas de final de ano são um belíssimo motivo para comer e beber bem. Cada família tem suas tradições e receitas clássicas, suas superstições (lentilhas, romãs, uvas…) e sua preferência ou não por uvas passas (eu, particularmente, sou do time que coloca passas em tudo!). E muitos tem dúvidas sobre quais vinhos servir com essas refeições.
Os princípios da harmonização enogastronômica estão baseados principalmente no equilíbrio de três dimensões principais dos pratos e vinhos: peso, intensidade de sabor e textura.
A grande variedade de aromas e sabores nas ceias de final de ano podem oferecer alguns obstáculos à harmonização enogastronômica, pois dificilmente essa é uma refeição empratada. Geralmente cada pessoa se serve das porções dos alimentos que mais gosta, criando uma experiência muito particular para ser harmonizada de maneira específica e precisa. Entretanto, algumas referências comuns à boa parte das mesas brasileiras nos ajudam a escolher vinhos que não entrarão em conflito com essa miscelânea de sensações.
Boa parte das festas de final de ano tem pratos como aves no natal (peru,frango, chester) e carnes suínas no natal e no ano novo (lombo, presuntos) e, em alguns casos, bacalhau. São proteínas com teor de gordura moderado e que dispensam taninos na harmonização, por isso os brancos e rosés são mais interessantes do que os tintos. Os que fazem questão deste último estilo de vinhos, devem preferir os com boa acidez e baixo teor de taninos.
Acompanhando as carnes geralmente temos farofa salgada e/ou farofa doce, arroz à grega e/ou com passas, salpicão, salada de maionese, lentilhas… Muitas vezes acompanhados de frutas secas, frescas, oleaginosas e/ou fios de ovos. São pratos e ingredientes que pedem vinhos frutados e com boa acidez. Um toque de açúcar residual no vinho também ajuda a equilibrar os sabores agridoces abundantes nestas refeições.
O espumante Poesia do Pampa Brut é uma ótima opção para acompanhar essas refeições de fim de ano. Elaborado com as castas Chardonnay e Sauvignon Blanc, apresenta-se cítrico, floral e frutado, mantendo boa acidez e cremosidade no paladar. O gás carbônico auxilia a limpar o palar entre os diferentes sabores, e por ser um produto delicado, não entra em conflito com os pratos mais leves nem com os mais intensos. Pode acompanhar a refeição do início ao fim, principalmente se a turma gostar de um leve constraste com as sobremesas. Também pode ser utilizado no preparo de coquetéis como o Spritz, a Mimosa ou o French 75, muito refrescantes no nosso fim de ano tropical.
Desejo a todos boas festas e um 2021 cheio de saúde!